— 1.2. Solução dos Problemas Propostos da aula 1 —
Começaremos a aula de hoje solucionando antes os problemas propostos na aula anterior, para quem não teve acesso a aula anterior nós recomendamos que o faça.
1.(solução)
Os dois primeiros axiomas são de facíl verificação, passemos agora para a demonstração da desigualdade triângular,i.e., devemos mostrar que:
Se tomarmos , temos que
, então fazendo uso da desigualdade triângular nos reais
e da desigualdade
, temos:
Assim provamos que a aplicação definida por é uma métrica sobre
.
2.(solução)
a) À primeira vista a aplicação parece ser uma métrica,mas é facil notar que ela não satisfaz a segunda parte do primeiro axioma da definição de métrica,
ou
daí concluimos que a aplicação não é uma métrica em
, mas é facíl verificar que é uma métrica se tomarmos os subconjuntos
ou
.
b)Seja então
logo não é uma métrica.
c)É facíl verificar que os primeiros axiomas são satisfeitos. Para demonstrarmos a desigualdade triângular consideremos primeiramente a função , é de facil verificação que a função
é crescente (usando Cálculo elementar), logo se
, então
Tomando e
, temos o que queremos.
3.(solução)
(i) Se tomarmos , é facíl vermos que:
e que as restantes propriedades são facilmente satisfeitas.
(ii)Do mesmo modo é simples verificar que é uma métrica sse
.
4.(solução) Podemos escrever a desigualdade triângular do seguinte modo:
e a desigualdade contrária segue de
— 1.3. Outros Exemplos de Espaços Métricos —
Bem-vindos a segunda aula de análise funcional, hoje vamos explorar com um pouco mais de profundidade alguns espaços métricos que são de etrema importância para a análise funcional. Para começarmos introduziremos algumas desigualdades famosas e muito úteis, que não serão demonstradas.
Definição 2 Dois expoentes |
Sejam e
dois expoentes conjugados têm-se a seguinte desigualdade de Holder:
Se tomarmos na desigualdade (2) teremos a chamada desigualdade de Cauchy-Buniakovsky-Schwarz:
A desigualdade de Holder (2) é geralmente obtida da desigualdade de Young:
onde e
são conjugados.
Comentário 5 Um corolário trivial da desigualdade acima é o facto de que a média geometrica entre dois números não excede sua média aritmética, para mostrarmos esse facto basta tomarmos |
E por último temos a desigualdade de Minkovsky:
Comentário 6 É importante notarmos que a desigualdade de Mimkovsky não é verdadeira para |
Exemplo 4 Retomaremos um exemplo da aula anterior, relacionado à métrica |
Consideremos agora o espaço ou espaço das sequências
-somaveis definido da seguinte forma:
Reparem que os elementos do espaço são sequências com infinitos pontos, fazendo desse espaço um espaço discreto. É facil verificarmos que a aplicação
é de facto uma métrica, onde e
. A demonstração desse facto é deixada ao leitor, para a desigualdade triângular basta aplicar a desigualdade (5).
Quando o espaço resultante,
, é geralmente conhecido por espaço de Hilbert ou espaço da sequências de quadrado somaveis. Definido da seguinte maneira:
com a métrica definida da seguinte forma:
Além das mencionadas acima, existem muitas outras métricas de extrema importância, até podemos formar metricas de métricas, por exemplo, no primeiro exercício dos problemas propostos na aula passada, nós podemos generalizar, obtendo assim o facto de que se é uma métrica sobre
então a aplicação
também é uma métrica sobre .
Exemplo 5 Consideremos a métrica definida por
sobre o espaço das funções continuas em |
Mostraremos agora que o produto cartesiano de dois espaços métricos
e
, também pode ser transformado em um espaço métrico.
Exemplo 6 Consideremos o conjunto vamos mostrar que o par
(i) É evidente que
(iii)Para demonstrarmos a desigualdade triângular,tomemos |
Como verificamos pelos exemplos acima, a partir de uma métrica podemos formar ou construir outras métricas, passemos agora para novos conceitos.
Definição 3 Seja Se |
Da definição acima segue-se imediatamente que um conjunto é limitado sse
.
Definição 4 Seja |
A ideia de se calcular a distância de um ponto aum conjunto pode ser tornado mais intuitivo ao lembrarmos um pouco de Geometria Análitica, onde calculamos a distância de um ponto a uma recta, que nada mais é que um conjunto infinito de pontos.
Podemos verificar ainda que:
- A definição 1.3 está bem definida, pois o ínfimo existe pois
,
.
- Se
, então
(porque aí bastaria toar
).
Proposição 1 Seja |
Demonstração: Como é uma cota inferior então para todo
temos:
assim é uma cota inferior do conjunto
, logo:
a segunda desigualdade segue multiplicando-se a expressão acima por e fazendo
.
Definição 5 Seja |
Da definição podemos notar que:
- Se
, então
.
- Se
, não implica
.
Por hoje ficaremos por aqui,não se esqueçam de resolver os problemas propostos e em cao de duvida nos contactem, como sempre no inicio da proxima aula resolveremos os problemas propostos.
Problemas Propostos
Exercício 5 Mostre que a desigualdade de Cauchy (3) implica
|
Exercício 6 Encontre uma sequência que converge para |
Exercício 7 Encontre uma sequência que esteja em |
Exercício 8 Mostre que:
|
Exercício 9 Sejam |
Exercício 10 Seja Mostre que |
Exercício 11 Mostre que se também o é. |