— 2. Equações Diferenciais de Primeira ordem —
Existem alguns tipos de equações ordinárias de primeira ordem que podem ser resolvidas analiticamente.Comecemos por estudar o caso mais simples das equações diferenciais de primeira ordem e depois analisaremos as equações de variáveis separáveis e as equações homogéneas.
O caso mais simples das equações diferenciais de primeira ordem tem a seguinte forma:
resolve-se facilmente, usando o teorema do calculo integral
em que c é uma constante arbitraria que será determinada segundo a condição inicial do problema
OBS:Na resolução de uma equação diferencial, você terá frequentemente que utilizar, integração por partes, frações parciais ou possivelmente uma substituição.Será proveitoso gastar alguns minutos de seu tempo na revisão de algumas técnicas de integração.
— 2.1. Equações Diferenciais de Variáveis Separáveis —
Definição 9.Uma equação diferencial de variáveis separáveis tem a forma
onde cada diferencial tem como coeficiente uma função de sua própria variável, ou uma constante.
Metodo de solução:Integraçã direta
Deve-se ter em conta que quando não a maneiras de separar as variáveis, deve-se usar outros métodos para encontrar a solução.
Exemplo 1.Resolva
Solução:Dividindo a equação por , podemos escrever
onde teremos:
fazendo teremos:
Exemplo 2. Resolva o problema de valor inicial
Solução:De , obtemos
Essa solução pode ser escrita como
trocando as constantes por
A solução representa uma família de círculos concêntricos. Agora, quando
temos
logo, o problema de valor inicial determina
Em vista do teorema de Picard, podemos concluir que este é o único circulo da família que passa pelo ponto
Exemplo 3. Resolva Solução: Aplicando factorização teremos:
Colocando a equação na forma: ou
nos obtemos:
— 2.2. Equações Diferenciais Homogéneas —
Definição 10:Uma equação diferencial é dita homogénea se ambos os coeficientes M e N são funções homogéneas do mesmo grau, ou seja, se:
— 2.2.1. Método de solução —
Uma equação diferencial homogénea , pode ser resolvida por meio de uma substituição algébrica.Para transformar a equação em uma equação de variáveis separáveis usamos a substituição
ou
em que u e v são as novas variáveis independentes.Se usarmos a substituição
seu diferencial será
e se usarmos
seu diferencial será
.
Exemplo 4.Resolva
Solução: Primeiro passo é verificar se as funções são homogéneas do mesmo grau.
Nota-se que tanto M e N são homogéneas de grau dois. Segundo passo será fazer a substituição.Se fizermos teremos:
Terceiro passo será arrumar a equação e verificar que ficou separável
Quarto passo será resolver a equação.Depois de integrar a ultima linha, obtemos:
Quinto passo será voltar a variável antiga, substituindo por
Usando as propriedades do logaritmo, podemos escrever a solução como
A definição de um logaritmo implica
Existem outras equações que podem ser reduzidas a equações homogéneas mediante determinada troca de variáveis.Um exemplo típico é a equação
onde a,b,c,p,q e r são constantes dadas.Se as constantes c e r fossem nulas, a equação seria homogenea; definimos um novo sistema de coordenadas para substituir
, de forma a obter
ou de forma equivalente
A solução deste sistema de equações lineares pode ser obtido por meio da regra de cramer
como a,b,c,d,q e r são constantes e também a equação diferencial converte-se numa equação homogénea
Exemplo 5.Resolva o problema de valor inicial
Solução:Esta equação pode ser reduzida a uma equação homogenea, mudando as variaveis (x,y) para (u,v) definidas por
usando a regra de Cramer temos
com estas substituições, a equação diferencial torna-se uma equação homogénea
e para reduzir a equação de variáveis definimos uma nova variável dependente z
substituindo na equação diferencial, teremos:
esta equação de variáveis separáveis pode ser integrada
para calcular o valor da constante c, vemos que a condição inicial
então:
e a solução em função de x e y é: