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Finanças Públicas e Direito Financeiro – Introdução II
Bens Semi-Públicos
São todos aqueles bens onde se verificam conjuntamente a :
Não rivalidade no consumo; e
Possibilidade de exclusão no consumo
Razões por que falham ou fracassam os mercados?
- A verificação de Externalidades,
Positivas e Negativas;
Externalidades :
Existe uma Externalidade sempre que um acto de produção ou de consumo, realizado por um agente, origine benefícios ( externalidades positivas) ou prejuízos ( externalidades negativas) para outras pessoas – que não as que adquiriram-,
Não sendo esses efeitos internalizados pelo sistema de preço.
Esta definição, na nossa perspectiva, engloba algumas ideias fundamentais, a mencionar:
- em primeiro lugar, as externalidades têm a sua origem em actos de produção ou de consumo capazes de influenciar a capacidade de produção de terceiros, ou níveis de bem-estar, pelo que há que distinguir:
externalidades na produção e externalidades no consumo. ( TPC)
- em segundo lugar, os consumidores ou os produtores afectados não têm nenhuma responsabilidade na actividade principal. Ou seja, são, vitimas ou beneficiários involuntários.
III. por ultimo, esses efeitos são designados por externalidades justamente por não serem internalizados pelo sistema de preços,
são na verdade exteriores aos preços,
Ou seja,
as entidades responsáveis pela produção das externalidades não efectuam quaisquer pagamentos a favor de terceiros por si lesados ou deles recebem remunerações quando as suas acções os beneficiam.
O facto de NÓS usufruirmos de determinadas externalidades, sejam elas positivas ou negativas, não implica que nos paguem ou que paguemos valores associados aos benefícios que as mesmas nos proporcionam.
Exemplos de Externalidades
Negativas:
- A poluição
- O derramamento de petróleo no mar
- A circulação de automóveis que libertam monóxido de carbono
- O fumo do tabaco
- O lançamento de certos efluentes para os rios
São exemplos de externalidades positivas, por exemplo, a educação e a vacinação contra doenças contagiosas.
- A intervenção do Estado nos casos de Externalidades
As externalidades são um dos típicos exemplos de situações em que o mercado fracassa na afectação óptima dos recursos produtivos, pelo que é necessária a intervenção do Estado para promover a sua eficiente utilização;
A intervenção do Estado poderá fazer-se de diversos modos, tais como:
-A atribuição de direitos de propriedade ( como sugere Coase);
-O lançamento de impostos ou a concessão de subsídios ( de acordo com Pigou), ou então,
-A regulamentação da actividade económica,
–
Pela,
– Proibição da actividade
-Especificação de tecnologias, e
Restrições quantitativas, na produção, por exemplo.
- Situações de desigualdade na distribuição do rendimento e da riqueza;
Nas diferentes actividades desenvolvidas no mercado, os diversos agentes são recompensados segundo um conjunto de factores que podem ser por eles dominados ou não,
Por isso, os resultados não são iguais para todos. Ou seja, uns recebem mais, e outros menos.
Esta desigualdade pode, porém, atingir sobretudo os mais desfavorecidos.
Neste sentido, o Estado intervém através do sistema tributário, COBRANDO IMPOSTOS, a fim de proporcionar uma melhor redistribuição do rendimento;
Onde a progressividade dos impostos directos e as taxas de impostos indirectos mais elevadas sobre determinados bens são caminhos a seguir;
Assim, os rendimentos apropriados pelo Estado são encaminhados para os detentores de mais baixos rendimento, quer através de transferencias monetárias, quer através de subsídios aos preços .
- Critérios de desemprego, inflação e desequilíbrios económicos
Com o intuito de contrariar as falhas macroeconómicas do mercado, respeitantes, por exemplo, ao emprego, aos preços e ao crescimento económico, o Estado, através de recursos públicos, com relevância para os impostos e despesas públicas, introduzirá correcções na actividade económica, a fim de garantir o seu equilíbrio e crescimento,
Estado Intervencionista.
A ACTIVIDADE FINANCEIRA DO ESTADO
Conceito de Actividade Financeira do Estado
O conjunto de acções que o Estado desempenha com o objectivo de obter recursos necessários para sua sustentabilidade,
Visando a realização das receitas, dos gastos e despesas (previstas) para a concretização das necessidades colectivas/públicas.
A Actividade Financeira do Estado dependerá de três elementos essenciais:
- Aelaboração de um orçamento público, como peça delimitadora das receitas e despesas públicas, inerentes a um certo período;
- As formas, condições e limites de obtenção de receitas para fazer frente às despesas previstas/delimitadas;
- As formas, condições e limites de gasto do dinheiro público, bem como, os métodos de aplicação e dispêndio das respectivas despesas públicas.
DAS NECESSIDADES SOCIAS E HUMANAS.
“ As necessidades variam de país para país, de modo de vida para modo de vida e, dentro da mesma sociedade, variam consoante os grupos sociais.
Assim, enquanto na Alemanha possuir um frigorifico é considerada uma necessidade primária, nos países subdesenvolvidos tal necessidade pode ser considerada um “luxo”.
Igualmente as necessidades variam no tempo. Com efeito, muitas das necessidades primárias dos nossos dias, eram há décadas atrás consideradas supérfluas.”
Segundo critérios de natureza:
–Necessidades primárias: são aquelas necessidades cuja satisfação é indispensável para assegurar a sobrevivência do indivíduo. Ou seja, que são/serão necessárias satisfazer com prioridade, uma vez que asseguram a sobrevivência do ser humano. ( Alimentação, saúde, vestuário e habitação).
Por sua vez, as
-Necessidades secundárias: serão aquelas que não ameaçam, de imediato, a vida das pessoas. Isto é, relacionando-se com a qualidade de vida da comunidade, elas serão necessárias, mas não são indispensáveis, para à sobrevivência do ser humano ( transporte e cultura.bibliotecas, ouvir música, ir ao cinema).
Necessidades terciárias (ou de luxo): são aquelas necessidades associadas ao bens de luxo, e que serão consideradas dispensáveis a sobrevivência da comunidade; ( roupa de alta costura, perfumes caros, automóveis de gama alta…)
AS NECESSIDADES INDIVIDUAIS E AS NECESSIDADES COLECTIVAS
As necessidades individuais
Aquelas cuja satisfação é de natureza pessoal.
No entanto, a sua não satisfação individual não impede que os outros membros da colectividade satisfaçam essa mesma necessidade.
(o facto de um indivíduo ter fome, não significa que o mesmo aconteça à todos os membros da colectividade).
AS NECESSIDADES INDIVIDUAIS E AS NECESSIDADES COLECTIVAS
Necessidades colectivas
aquelas que resultam da vida em sociedade e que dizem respeito a todos os seus membros.
Estas necessidades são satisfeitas por bens necessários a toda a colectividade (necessidade de segurança, de justiça);
AS NECESSIDADES INDIVIDUAIS E AS NECESSIDADES COLECTIVAS
De salientar que…
estas duas categorias de necessidades são interdependentes, pois para a colectividade se interessar, por exemplo, por comprar carro (uma necessidade individual),
é necessário que as infra-estruturas, como as estradas (necessidade colectiva) estejam ao nível dessa satisfação.
AS NECESSIDADES INDIVIDUAIS E AS NECESSIDADES COLECTIVAS
Segundo critérios económicos, e associados ao seu custo, elas são:
Não económicas,
–
aquelas cuja satisfação não implica o dispêndio de moeda (por exemplo, a necessidade de respiração, pois nada pagamos pelo ar)
Económicas,
aquelas segundo as quais somos obrigados a despender moeda para satisfazer as nossas necessidades.
Finanças Públicas e Direito Financeiro – Introdução
Breve Nota:
Caro leitor, a presente súmula, que versará, e será actualizada semanalmente, sobre matérias relacionadas às Finanças Públicas e Direito Financeiro, constituem o conteúdo programático da referida disciplina de FP e DF, leccionada pelo Dr. Wesley Tavares, no Instituto Superior Politécnico Lusíada de Cabinda.
De referir que, para a elaboração da mesma, o autor basear-se-á, fundamentalmente, na seguinte Bibliografia:
TEIXEIRA RIBEIRO, José Joaquim,
Lições de finanças públicas, 5ªEdição, Coimbra,1997 SOUSA FRANCO, António,
Finanças públicas e direito financeiro (2 Vols), Almeida,2009.RANGEL NUNES, Elisa,
Lições de Finanças públicas e direito financeiro, 2002.
Finanças Públicas, Almedina , 2018. GAMEIRO,António; MOITA,Belmiro; MOITA,Nuno
- Conceito de Finanças Públicas e outras designações.
De acordo com Sousa Franco, finanças públicas, numa economia mista, aponta-se, por norma, para a “actividade económica de um ente público visando a afectação de bens/serviços à satisfação de necessidades que lhe estão confiadas”;
No entanto, e segundo este autor,
a expressão finanças públicas pode ser utilizada em mais do que um sentido, a saber:
I .Sentido orgânico;
- Sentido objectivo;
III. Sentido subjectivo;
Sentido Orgânico
O conjunto dos órgãos do Estado ou de outro ente público a quem compete gerir recursos económicos para a satisfação de certas necessidades sociais;
Sentido Objectivo
Designa a actividade através da qual o Estado ou outro ente público afecta bens económicos à satisfação de certas necessidades sociais;
Sentido Subjectivo
Refere-se a disciplina científica que estuda os princípios e regras que regem a actividade do Estado com o fim de satisfazer as necessidades que lhe estão confiadas.
Em sentido idêntico, Borgatta e Fasíani, definem finanças públicas como o “estudo da actividade económica do grupo público que assume o aspecto contabilístico da receita e da despesa na administração pública;
Economia Pública Vs Economia Política Vs Finanças Públicas
? A Controvérsia ?
A expressão/designação economia pública tem sido usada para uma abordagem mais analítica e hipotético-dedutiva que caracteriza o enfoque económico. De salientar que, esta expressão é correntemente utilizada na literatura anglo-saxónicas.
Ao optarmos pela designação de Finanças Públicas, por razões tradicionais, ou seja, pela influência/origem romano-germânica, do nosso ordenamento jurídico, e porque se dará relevância aos fenómenos financeiros relativos às receitas e às despesas do Estado, consubstanciados no seu orçamento, e não aos fenómenos respeitantes à analise micro-económica da eficiência económica e às teorias das escolhas colectivas.
Porém uma outra questão se levanta: por que motivo tem o Estado uma actividade financeira, ou seja, como explicar a existência de despesas públicas às quais o Estado deve afectar/arrecadar receitas?
As falhas /fracassos do mercado
A razão do Estado aparecer como uma entidade que exerce funções supletivas ou complementares em relação aos cidadãos é consequência do livre funcionamento do mercado, assente na iniciativa dos cidadãos. No entanto, o mercado, é incapaz de, por si próprio, prover adequadamente a satisfação das necessidades colectivas.
Estamos, por isso, perante as designadas falhas/ fracassos do mercado, ou seia, a situação em que há um bem, ou serviço, que afecta o bem-estar dos indivíduos ou que afecta os custos de uma empresa, para os quais há pelo menos um preço ao qual certos agentes estão dispostos a vender e outros a comprar, mas onde não há mercado para esse bem;
De acordo com Manuela Arcanjo et al, (2005), Economia e Finanças Públicas, Escolar Editora, o facto de não existir mercado em relação a determinado bem ou serviço não é sinónimo de fracasso de mercado. Pode significar apenas que a máxima disposição a pagar por certo bem é inferior ao preço mínimo que as empresas estariam dispostas a receber pela produção do bem.
Acrescentamos nós que o que é hoje uma utopia, amanhã poderá ser uma realidade. A evolução científica e tecnológica pode criar as condições para que exista mercado.
Razões por que falham ou fracassam os mercados?
De acordo com a maioria dos teóricos de Finanças Públicas, as causas são múltiplas, com relevância para as seguintes:
– a existência de certo tipo de bens que, pelas suas características não são produzidos no mercado. Estes bens são designados por bens públicos ou bens públicos puros;
– a existência de situações geradoras de distorções no mercado de concorrência;
– a verificação de externalidades positivas e negativas;
– situações de assimetrias de informação entre os agentes económicos acerca de bens ou serviços transacionados; .
– verificação de situações de desigualdade na distribuição de riqueza;
– a existência de desemprego, inflação e desequilíbrios económicos.
Análise das falhas de mercado
Os bens produzidos pelo Estado e que satisfaçam necessidades coletivas são sempre bens públicos,
embora muitos desses bens satisfaçam ao mesmo tempo necessidades de satisfação activa ( as que exigem uma certa actividade do consumidor)
ou individuais e necessidades de satisfação passiva ou colectivas.
Daí que se possa distinguir entre:
bens públicos propriamente ditos – os que se limitam a satisfazer necessidades coletivas –
e bens semipúblicos, – os que satisfazem as duas ordens de necessidades: as coletivas e as individuais.
ex: como a administração da justiça e uma autoestrada/estrada nacional ou auto-estrada em período de não congestionamento.
Do exposto, pode afirmar-se que:
os bens públicos podem ser definidos como aqueles que pertencem às pessoas jurídicas de direito público e, ainda, os que, embora não pertencentes a tais pessoas, estejam afectos/destinados à prestação de um serviço público.
Ex: A iluminação pública é um exemplo de bem público , porque beneficiam do referido bem todos os indivíduos, independentemente da vontade de cada um;
Acrescenta-se, ainda, que os bens públicos se caracterizam pela observância simultânea dos dois seguintes atributos:
Não rivalidade no consumo; e
Não exclusão no consumo.
Não rivalidade no consumo;
A não rivalidade no consumo significa que o consumo desse bem por mais um indivíduo não afecta o consumo que os outros estão tendo ou podem ter desse bem, ou seja, o consumo realizado por mais um indivíduo não diminui rigorosamente as quantidades disponíveis do bem para serem consumidas pelos outros.
“ a quantidade que cada indivíduo consome é igual à quantidade produzida”
Ex: a defesa nacional e a iluminação pública são bens com este atributo
Não exclusão no consumo;
A não exclusão no consumo significa que não é técnica ou economicamente viável impedir qualquer indivíduo de consumir o bem uma vez ele produzido, independentemente de ele ter ou não contribuído para o financiamento do respectivo custo de produção. Ex: Defesa Nacional e Luz emitida pelos faróis ao longo da costa;
Ao analisarmos minuciosamente o conceito de Bens Públicos, denotamos uma característica própria desse tipo de Bens, segundo a qual é impossível definir direitos individuais de propriedade, pois, uma vez produzidos tornam-se, de facto, propriedade comum, ou seja da comunidade.
Em suma, inferiremos que, pelos seus atributos, os bens públicos são aqueles que o mercado não tem interesse em produzir (fracassa na afectação óptima dos factores de produção), mas que a comunidade não pode passar sem eles.
Daí que, torna-se necessária a intervenção do Estado na produção desses bens, que, como é evidente, acabam por ser distribuídos de forma tão ampla, que nenhum indivíduo tem incentivo em compra-lo.
Ex: Defesa Nacional, Saúde Pública ou preservação do ambiente;
Topologia – Introdução II
— 1.1. Bolas Abertas e Fechadas —
Definição 2 Dado
|
Exemplo 4 Se, na definição tomarmos |
Comentário 2 É enganoso pensarmos, conforme aconselha o Kreyszig, que as bolas(abertas ou fechadas) em espaços métricos arbitrários não euclidianos possuem as mesmas propriedades que as bolas ou esferas em |
— 1.1.1. Propriedades das Bolas Abertas —
Seja um espaço métrico, então:
Proposição 1 Dadas duas bolas abertas |
Demonstração: A demonstração desse facto é bastante simples. Seja então
logo, .
Proposição 2 Seja |
Demonstração: Seja , se tomarmos
teremos:
— 1.1.2. Propriedades das Bolas Abertas —
Seja um espaço métrico, então:
Proposição 3 Dadas duas bolas abertas |
Demonstração: A demonstração desse facto é bastante simples. Seja então
logo, .
Proposição 4 Seja |
Demonstração: Seja , se tomarmos
teremos:
— 1.1.3. Propriedades das Bolas Abertas —
Seja um espaço métrico, então:
Proposição 5 Dadas duas bolas abertas |
Demonstração: A demonstração desse facto é bastante simples. Seja então
logo, .
Proposição 6 Seja |
Demonstração: Seja , se tomarmos
teremos:
Proposição 7 Sejam |
Demonstração: Deixada ao leitor.
Proposição 8 Sejam |
Demonstração: deixada ao leitor.
Topologia – Introdução
Topologia
— 1. Espaços Métricos —
A topologia, literalmente, a ciência da forma, é uma área da Matemática, muito ligada à Geometria e Análise, que têm como objectivo fundamental a análise do conceito de continuidade entre espaços.
Existem duas maneiras de se introduzir uma estrutura topológica em um espaço, a primeira através da noção de distância entre elementos de um conjunto, que passará a ser um espaço métrico, a outra, numa abordagem mais conjuntista e abstracta, utilizando a noção primitiva de conjunto aberto. Nas primeiras aulas abordaremos principalmente a primeira maneira, por ser talvez a mais intuitiva e também por cumprir com os objectivos que preconizamos.
Definição 1 Seja
|
Comentário 1 Ao par |
Do axioma 3 obtemos por indução a desigualdade triangular generalizada:
Um subespaço de um espaço métrico
é obtido se tomarmos o subconjunto
e restringirmos
a
, assim a métrica em
é a restrição
A definição acima nos mostra claramente que em um mesmo conjunto podemos definir várias métricas, ou seja, várias maneiras de se medir distâncias. Um dos conjuntos mais famosos que possui várias distâncias nele definidas é o conjunto dos números reais .
Exemplo 1 1. O conjunto dos Números Reais Esta é com certeza a distância mais famosa em matemática, pois quase toda a análise elementar é feita usando esta métrica e é também bastante intuitiva, vamos provar que os números reais com essa distância é de facto um espaço métrico. Demonstração: (i) Vamos verificar o primeiro axioma, o que é evidente pela definição de módulo. Resta demonstrar a segunda parte do axioma 1, temos então a reciproca é evidentemente verdadeira, se tomarmos (iii)Para demonstrarmos a desigualdade triangular vamos precisar da desigualdade triangular nos reais, i.e., Fazendo uso de um pequeno artifício temos, Então, assim demonstramos que o par |
Exemplo 2 Ao tomarmos qualquer conjunto |
O exemplo a seguir foi tirado do livro an epsilon of room, escrito por Terence Tao, e é muito interessante porque mostra como a partir de duas métricas podemos formar outras métricas, chamadas de métricas produto.
Exemplo 3 Dado dois espaços métricos ou ainda |
Importância da astronomia.
Neste vídeo eu (Cláudio Naval) falo um pouco sobre a importância da astronomia para as outras ciências, tecnologia e porque é tão importante sabermos mais sobre o universo que nos rodeia. Espero que gostem e que se inscrevam no canal para mais conteúdo audiovisual sobre ciência.
Cálculo I – Introdução às Séries Numéricas
— 8. Introdução às Séries Numéricas —
Tomemos os termos de uma sucessão onde
para um certo
. Ou seja temos
,
, ,
, …, ,
,…
Uma questão que podemos colocar de forma bastante natural é qual é o resultado da soma destes termos:
A soma que contém um número infinito de termos acima definida tem o nome de: série de termo geral .
Seja .
Tomando o limite
podemos definir de forma matematicamente rigorosa o valor da soma da série.
Podemos ainda definir a sucessão das somas parciais de uma série,
e escrever
Dizemos que a série converge se e só se é convergente.
Após estas definições iniciais referentes à séries numéricas vamos olhar para um dos paradoxos de Zenão como motivação para a introdução da teoria das séries numéricas.
Imaginemos que temos um corpo que vai percorrer uma distância de 2 metros tendo uma velocidade constante de .
Se alguém nos perguntar qual será o intervalo de tempo necessário para percorrer uma distância de 2 metros tendo uma velocidade de 1 não precisamos de ser grandes físicos para responder que o tempo total será de 2 segundos.
No entanto sabemos que o corpo em questão antes de percorrer a totalidade do seu percurso terá que percorrer antes de mais a sua metade. E antes de percorrera metade terá que percorrer a metade da metade. E assim sucessivamente. A expressão que permitirá expressar a soma dos intervalos de tempo referentes às distâncias parciais face à distância total é:
Na altura em que este paradoxo foi proposto a teoria matemática não era tão avançada como é hoje em dia e questão de qual seria o resultado desta soma era também uma questão de debate filosófico.
Assim sendo a resposta a esta questão tinha duas possibilidades.
Por um lado, Zenão argumenta que o resultado da soma era infinito pois estávamos a somar um número infinito de parcelas que são sempre maior do que
, e por outro lado toda a gente sabia que do ponto de vista experimental a resposta deveria ser
.
É precisamente esta tensão entre as duas respostas que dá o nome a este argumento de um paradoxo. Por um lado nós sabemos qual é a resposta correcta, mas não somos capazes de providenciar um argumento que a justifique de uma forma matematicamente rigorosa.
Definição 49 Uma série geométrica de razão
|
Para as series geométricas é válido o seguinte:
Se vem que
quando
.
Assim vem que
Assim podemos escrever com todo o rigor matemático
Caso se tenha a série diverge.
Voltando então ao paradoxo de Zenão e utilizando este simples resultado derivado por nós vem que:
Que é a resposta que nós sabemos estar correcta!
Cometas
Cometa é um corpo menor do sistema solar que quando se aproxima do Sol passa a exibir uma atmosfera difusa, denominada coma, e em alguns casos apresenta também uma cauda, ambas causadas pelos efeitos da radiação solar e dos ventos solares sobre o núcleo cometário. Os núcleos cometários são compostos de gelo, poeira e pequenos fragmentos rochosos, variando em tamanho de algumas centenas de metros até dezenas de quilômetros.
(Imagem do site http://www.cdcc.usp.br)
Nomenclatura dos cometas :
Periódicos: são cometas que possuem órbita elíptica bem alongada e geralmente voltam à vizinhança solar em períodos inferiores a 200 anos. Os nomes destes cometas começam com P ou de um número seguido de P.
Não periódicos: são cometas que foram vistos apenas uma vez e geralmente possuem órbitas quase parabólicas retornando à vizinhança solar em períodos de milhares de anos, caso retornem. Os nomes dos cometas não periódicos começam com C.
Extintos: são cometas que já desapareceram por terem impactado com outro astro ou se desintegrado em suas passagens muito próximas e frequentes do Sol. Seus nomes costumam ser alterados para começarem com a letra D.
Exemplo de alguns cometas
Cometa Halley
Oficialmente designado 1P/Halley, é um cometa periódico, descoberto em 1696 por Edmond Halley, visível na Terra a cada 74-79 anos. A sua última aparição foi em 1986, e o seu retorno está marcado para 2061.
Cometa Encke
O Cometa Encke oficialmente denominado de 2P/Encke, tem seu afélio próximo a órbita de Júpiter. O periélio esta dentro da órbita de Mercúrio. Foi descoberto em 1786 por Pierre Méchain , após o cometa Halley. Tem um núcleo estimado de 4,8 km.
Cometa West
O Cometa West foi um cometa que alguns especialistas consideraram na categoria de ” grande cometa “. Foi descoberto no ano de 1975 no dia 10 de agosto, foi descoberto fotograficamente por Richard M. West, no Observatório Europeu do Sul, e alcançou seu brilho máximo em março de 1976 , com uma magnitude de -3 para no seu periélio.
Qual é a sua origem, e o seu destino?
A vida média dos cometas não ultrapassa 10 milhões de anos. Acredita-se que os núcleos dos cometas estão vagando pelo espaço fora do sistema solar. Devido ao movimento do Sol ao redor do núcleo galático esses objetos são capturados pelo campo gravitacional do Sol e se transformam em cometas. Foi susposto na década de 50 por Jan Hendrik Oort (1900) existência de uma nuvem de cometas (Nuvem de Oort), próxima do Sol (em relação às distâncias galáticas), a cerca de 100.000 ua. Essa nuvem está distribuida de forma esférica ao redor do Sol. Sua origem pode ser os próprios restos do sistema solar, que se solidificou nessa região. Algumas anomalias gravitacionais provocadas pelas estrelas próximas, podem tirar alguns corpos de suas posições e esses serem atraídos pelo Sol. Ao entrarem em direção ao sistema solar, esses corpos poderão adquirir três tipos de órbita:
Parabólica e Hiperbólica – que se aproximam uma única vez do Sol e retornam ao espaço inter-estelar. São os cometas não periódicos.
Elíptica – são os cometas periódicos. Esse tipo de órbita é geralmente é provocada pela influência gravitacional dos planetas, pricipalmente Júpiter e Saturno, que têm a tendência de prenderem os cometas ao sistema solar.
Um cometa pode entrar em atividade centenas de vezes até morrer ou ficar inativo o que acontece quando a acumulação de pedras e cascalho cobre o gelo não permitindo o seu aquecimento e consequente evaporação.
Espero que tenham gostado de conhecer mais um pouco sobre um dos corpos menores do sistema solar. Gostou do artigo?! Comente, a sua avaliação é muito importante para nós.
Fontes: Origem dos cometas: http://www.cienciamao.usp.br/tudo/exibir.php?midia=esc&cod=_qualaorigemdoscometas
http://ensina.rtp.pt/artigo/cometas/
Conceito de cometas e a nomenclatura : https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Cometa
Créditos de imagem: http://www.eso.org/public/images/c-west-1976-ps/
https://thoth3126.com.br/cometa-sem-cauda-de-antigo-passado-do
Astronomia bear X Luso academia
Astronomia bear é uma página voltada para conteúdos científicos mas mais especificamente Astronomia. Em uma parceria com a Luso academia, eu Cláudio Naval(dono da página astronomia bear) irei postar conteúdos sobre astronomia neste blog , para que o leitor aprenda mais um pouco sobre o nosso universo.
Espero que gostem dos temas e que deixem sempre a vossa opinião acerca do artigo.
Cláudio Naval
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Curso de Astronomia – Primeira Sessão
Tal como já havíamos anunciado neste artigo do nosso blog: Curso de Astronomia – 1º Programa – Luso Academia a Luso Academia em conjunto com o Acelera Angola está a realizar um curso de Astronomia para poder divulgar esta ciência para o público em geral.
Hoje decorreu a primeira sessão do nosso curso e tivemos a comparência de várias pessoas interessadas que ao longo da sessão fizeram perguntas e comentários muito pertinentes.
Partilhamos com os os nossos leitores algumas fotografias e um vídeo da sessão e esperamos poder contar convosco para a segunda sessão que será já no próximo sábado.
Resolução de Exercícios – Movimento Circular Uniforme
— 1. Introdução —
A pedido de uma participante de um grupo de facebook do qual a Luso Academia é um membro propomos as seguintes resoluções para os exercícios apresentados.
— 2. Exercícios —
Exercício 1 Um corpo executa um movimento harmónico simples, e as suas posições são observadas numa régua graduada em centímetros posicionada atrás do corpo. Inicialmente, em Determine o módulo da aceleração máxima do corpo nesse movimento. Como sabemos as equações de movimento para o movimento harmónico simples podem ser escritas do seguinte modo:
Assim sendo o módulo da aceleração máxima deste movimento é dada por
Pelo enunciado sabemos que para Também pelo enunciado sabemos que para a equação de velocidade é válido o seguinte:
o que implica que o argumento da função seno tem que ser igual a Assim é
Após calcularmos o valor de
|
Exercício 2 Um movimento circular uniforme de raio
Considerando o MHS descrito pela projecção desse movimento no eixo Uma vez que neste exercício faz sentido considerar uma fase inicial vamos escrever as equações de movimento na forma:
Pelo enunciado sabemos que para
Assim sendo temos que a velocidade angular é dada por Assim a expressão para a velocidade fica |